segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A ópera de Fink Braün (I): Fauna e flora.

Completamente desnortados os pessimistas científicos. Nom já porque o mundo nom acabara no dia 10, mas pela avaliação errada do danger. O choque que ia colocar o mundo tal e como o conhecemos em perigo de dessaparecimento nom foi entre protóns, hadróns ou semelhantes.

A colisóm que podia fazer tremer os alicerces do planeta foi de carácter social e produciu-se na Corunha este sábado 13. Os dois nichos (sociais) corunheses que mais gostam do postureo, “la sociedad de amigos de la ópera” e o sector universitário-progre-galeguista-corunhês, viram-se irresponsábelmente convocados a um tempo ante a estreia de “O Arame”, primeira ópera em galego desde há oitenta anos (daquela fora uma mastodóntica versóm de “O Mariscal”).


Para já, censurar a inmprudência do concelho por nom despregar aos antidisturbios ante o hall do Teatro Colon Caixa Galicia (por certo, denominar um teatro com tal anatómico termo sempre se me antolhou como algo muito arriscado do ponto de vista publicitário: que podemos agardar que “bote” esse teatro?). Uma bateria de senhoronas corunhesas das quais nom duvidamos que terminam os nomes próprios em -ita ou -uca e gozam dos seus domingos no Casino ou na Solana sentadas na mesma fila de butacas que Pilar Garcia-Negro (Pilarita ou Piluca, nessa feira).


A audiência, como se esperava, era variada e echia o local: teatreiros, professores, muchachada de tonalidades grisáceas, amigos, familia e amantes (da ópera), as já referidas Emilita, Julita (sem reintegrar o “j”, por favor), Milucha, Méndez Romeu, membros do concelho, alcaldes do concelho, Camilo Franco... Como a minha capacidade de reconhecer “celebritis” é quase nula e isto nom quere ser crónica rosa, a lista fica por cá. Da banda do noivo (a ópera) uns e de parte da noiva (o galego) outros. Se bem que suponho que familiares do noivo nom acabavam de gostar disso de se relacionar com “una chica tan poca cosa”... mas assím som as cousas... E como ela vem subvencionada....


Pois aí estavamos todos dentro do Colon, algúns por primeira vez desde aquelas jornadas gratuítas antes da restauraçóm do teatro (por certo, nem um só rótulo no interior em galego ou nos dous idiomas), agardando que o momentazo histórico desse começo. Devoramos o programa que “Amigos de la Ópera” editara (suponho que por primeira vez em bilingüe) e o libreto com as partes cantadas. Aquí a primeira surpresa: uma folha de texto. Para a conceiçom de ópera que um tinha (coisas como Don Giovannis, Bohemes e demais...), a coisa parecia bem reducida. Uma primeira leitura deixava a autoria clara: era um texto de Manuel Lourenzo (fariam falta umas 5 leituras mais). Entretanto, as celebritis menos celebritis chegam quase no inicio para ressaltarem mais. Descobremos com ledicia larpeira que no programa escreve o meu nunca suficientemente revindicado Paz Gago, autor do imprescindível Manual para enamorar princesas.


Começa o espectáculo (o da ópera, o outro já levava tempo).



3 comentários:

Mario disse...

Afeito a Turandots e Holandeses errantes o título parece un tanto nacional-popular. En calquera caso foi pena o mundo non rematase antes de vernos sometidos a un novo acto de normalización polas bravas (para os nen@s galeg@s a ópera sempre foi buscar o "codo bailón"). É que já nom se respeita nada. ;-)

Antuán disse...

Já nom há respeito...

Por certo, segundo os cronistas mais profissionais: estaba também Luz Pozo (como campo co-habitado dos dois grupos sociais).

Antuán disse...

Por certo: "codo bailón"??????? Que espécie de "jerigonza ferrolana" é essa?