sábado, 28 de junho de 2008

Charlie Haden

Para variar um bocado a temática e nom acabar sempre com mau corpo, queria hoje escreber sobre Charlie Haden. Nom som nem por acaso um experto na música e menos no jazz em particular. Nom tenho bom ouvido (na minha casa aínda teima o chiste familiar de que quando era pequeno ouvia os vinilos ao duplo das revoluçons sem cair na conta) mas gosto muito de ouvir música (e imensa enveja de nom saber como a fazer) (“como é bom tocar um instrumento” diria Caetano). Se isto serve para que alguém se achegue a estas músicas, objectivo cumprido.

Pois Charlie Haden era contrabaixista. Que decepçom, sim. Nom vou falar de um trompetista ou saxofonista. Se calhar é por iso que o libro sobre ícones do Jazz que temos na casa nom fala del.

Charlie Haden ía para cantante desde que tinha dous anos (a sua era uma família de músicos, quero dizer que tinham mesmo um grupo) mas uma enfermidade nas cordas vogais cortou para sempre ese caminho. Foi entóm que se interesou polo contrabaixo, que era o intrumento que tocaba o seu irmao.

Xa feito un moço e como contrabaixista entrou no grupo de Ornette Coleman, quem revolucionou por completo o jazz com a sua música. O seu disco mais famoso (The shape of Jazz to come, de 1959) é uma pequena maravilha de vanguarda musical. A sua designaçom como génio levantou mais de uma enveja e comentarios maliciosos. Miles Davis entenciou: “Está todo fodido por dentro”. Coleman seguiria na vanguarda é entraria de cheio no free jazz. E do mesmo modo os seus músicos.

Mas Charlie Haden desenvolveu outros projectos para além da colaboraçom com Coleman. Em 1970 funda a Liberation Music Orchestra (LMO), onde conjugava a música esperimental com a de intervençom política. O seu primeiro disco tinha como eixo central a Guerra Civil Espanhola (obrigadisimo ao amigo que mo pasou) e no segundo criticaba a política exterior dos EUA na América Latina. Voltaram nos 90 com outro disco que denunciaba o Apartheid e, há tres anos, lançaram um titulado “Not in our name” que aborda a situaçom no Iraque. As duas correntes básicas neste músico som a preocupaçom política e o experimentalismo musical.

Em 1971 celebrou-se por primeira vez em Portugal um festival de Jazz: O Cascais Jazz. O cartaz era do melhor e o evento foi multitudinário. Destacabam Miles Davis (que daquela tinha no grupo a K. Jarrett) e estaba na sua etapa funky e no seu estrelato e Ornette Coleman (com Haden de contrabaixista). Fecharam o festival os Giants of Jazz (com Thelonious Monk, Dizzy Gillespie, Art Blankey...) e o seu be-bop arrebatador (o Art Blankey pediu cravos e martelo para fixar a sua bateria ao estrado!!!).

O festival começou com polémica pola esigencia de Miles em ser o primeiro a tocar (fora programado Coleman para abrir). “Este é o primeiro festival de Jazz em Portugal e quero ser eu a abri-lo. Os outros só podem tocar despois de mim”. Se calhar a rivalidade entre os dous influenciou isto, se calhar só o ego dum Davis que já começaba a ser idolatrado. Esta não seria a única estrenticidade de Miles no festival (persoa moi simples, como bem se conhece).

Foi durante a actuaçom de Coleman, despois de Miles. Charlie Haden pega no microfone e adica a sua música Song of Che aos movimentos de libertaçom de Angola e Moçambique, o que conseguiu desatar gritos contra a ditadura do público e punhos em alto. Apareceram duas faixas no público dizendo “Guiné livre” e “Abaixo a guerra colonial”. A policia ameaça com cancelar o festival mas nom actua por medo ás represalias do público.

Á saída do concerto, Haden é acompanhado pola PIDE a um quartel. Primeiro tentaram a intimidaçom e, de nom ser pola intervençom de um dos organiçadores, teria levado uma malheira. Afinal, a cousa queda em nada e só é convidado a saír do país. O mais curioso do asunto é que a grabaçom do tema em directo estava na gabardina que Haden vestiu para ir ao quartel. Ao chegar deixou-a na entrada e só despois é que foi registrado. Así foi que se salvou a fita e que puido incluir partes da grabaçom no seu disco Closeness, no tema For a free Portugal. Nom sería o seu último contacto com o país, já que em 1990 grava um disco com Carlos Paredes: Dialogues.

Fica Charlie Haden como um exemplo de música de intervençom num género que acostuma ser denominado como etéreo e pouco relacionado com a realidade.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

De tolos...

"Um dialecto que hablan ustedes en su aldea".

Entretanto, desde a caverna do cíclope...

O curioso é que ambas noticias partilham capa de jornal (electrónico, claro).

A verdade? Paso quilos, nem me penso molestar em escreber nada. O pior é comprobar como a tendência é aumentar mais e mais a tensom... até onde chegaremos??????????????

terça-feira, 24 de junho de 2008

Vídeos para Bea





O segundo fala também de transportes, só que mais tradicionais:





E o mais importante: Quando arranjamos uma furgalha e saímos a percorrer o mundo? Vais ser a minha chofer favorita!!! (algúm día eu sacarei a carta, prometido...)

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Sonhos e revelaçom

Nesta altura do campeonato sempre acontece o mesmo. Começo a sonhar com a Galiza. Nom se trata de nada saudosista nem bucólico pastoril. Nom falo de sonhar com grandes planos da costa ao estilo do “Mar Adentro”. Refiro-me a sonhar com que estou de férias na Corunha, de tapas por Compostela, com que vou fazer visitas á casa de amig@s. Ou pensar nas cousas que ficam por fazer, as tarefas planificadas para o verao, os livros que quero ler, a família... Suponho que no fundo o meu cérebro quere fugir dos exames ou que me preocupo polo que vou ter que fazer aló (quem me conhece sabe que sempre tenho que ter alguma preocupaçom na cabeça). Suponho que a rainha poderia analisar isto e chegar a diagnósticos e receitar encerramento em instituiçom pertinente, mas nom deixa de ser curioso como a minha cabeça reage perante a volta a casa.


Pois bem, ontem comecei com o asunto. E comecei com um do mais divertido. Nom sei se foi que alguém me falou de Nani Moretti ultimamente (adoro procurar explicaçons para os componhentes dos sonhos) ou se estava aí no subconsciente desde que ví o filme, mas a cousa trataba sobre uma manifestaçom multitudinária no dia 25 de julho em Compostela (nom dou mais pistas) á qual eu asistía com colegas levando um cartaz que punha “Di una cosa di sinistra!”.


O que me leva a pensar... que fazer por esas datas? Bom, melhor tratar diso despois dos exames... se sobrevivo, claro.


Por certo, tivem uma revelaçom estética. Vislumbrei o caminho, car@s teatreir@s. Pronto voltarei com a boa nova.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Galicia WAS una mierda (y, por supuesto, lo sigue siendo)

Pois ao final a minha conferência correu sem incidentes, a pesar de que alguém decidise visitar Coimbra no mesmo dia para me facer competencia.

O triste foi comprobar como consigo ser aborrecido e chegar a falar hora e pico mentres @s coitad@s d@s asistentes procuram cantos afiados para cortar a veias...

A cousa começou com a introduçom e as boas palavras (totalmente imerecidas) sobre mim por parte de Osvaldo Silvestre. Acometeu-se depois uma primeira parte falando da história da língua ("boring!" gritaba Homer) e uma segunda na que já entramos na cultura juvenil. Segui-se um debate bastante interesante (para contrastar com a minha actuaçom anterior) no que tivemos oportunidade de falar de mais cousas relacionadas com a Galiza.

Em resumo: umas boas duas horas (polo menos para mim, que nom me tivem que suportar...). Agradeço imenso aos organizadores por esta oportunidade e aos/ás asistentes por aguentar!!

domingo, 15 de junho de 2008

Orgulho

Citado de Vieiros

"Subiu a continuación Manuel Lourenzo, Premio Nacional de Artes Escénicas, quen botou man dunha referencia cunqueiriana para indicar a súa convicción de que "o teatro tamén, ou é un vento tolo ou non será nada", subliñando a continuación o seu convencemento de que por moitas portas que se lle pechen ao teatro, "acabará por tumbalas".

Lourenzo pechou ademais a súa intervención cun recordo afectuoso para o actor Tuto Vázquez, "un dos grandes profesionais deste país que se chama Galiza", dixo o dramaturgo, subliñando a última palabra, "Galiza"."

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Esquicio

Vaites, vaites...


Previously on "A Corte do rei gnu"...


domingo, 8 de junho de 2008

Galicia es una mierda (de novo)



Parece que sim, que ao final Galicia será una mierda esta sexta, na Faculdade de Letras. Mais informaçons, cá. Sem Clarinda, contra vento e maré.

Afinal fica así:

Língua galega e cultura juvenil (2008/2007)

Dia 13, sexta feira. 16:00

Instituto de Estudos Espanhois.


O amigo Jason nom pensa perder o evento...Portanto:

APAREÇAM!!!!!!!